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domingo, 20 de abril de 2014

Paraibanos celebram ‘Domingo de Páscoa’ com missas e religiosos explicam significados

Um túmulo vazio e um homem ressuscitado aparecendo diante de uma mulher que fora ao sepulcro cumprir os rituais dos judeus. Para os cristãos, este domingo de Páscoa, é um dos mais importantes do ano, pois celebra-se a ressurreição de Jesus Cristo, e a vitória da vida sobre a morte. Mais uma vez os paraibanos vão celebrar a Páscoa com Missas e a tradicional distribuição de ovo de chocolate.

Em Campina Grande, a maior festa da cristandade será celebrada com a realização de Missas. Somente na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, três missas serão celebradas neste domingo, às 10h, às 17h e 19h30. Em todas as paróquias pertecentes a Diocese, a Páscoa também será festejada com celebrações eucarísticas. Na Arquidiocese da Paraíba as missas do domingo de Páscoa, serão celebradas na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, no Centro de João Pessoa, às 6h, 9h e às 18h,

Os católicos começaram a celebrar a Páscoa desde ontem com a Vigília Pascal. Todas as igrejas da diocese realizaram a Vigília que é tida a celebração mais longa e importante da liturgia. A celebração conforme enfatizou o bispo o padre Passionista Gesner Coube, da Paróquia Santíssima Trindade, é marcada pela benção da luz, benção do fogo, proclamação do Evangelho e muitos cantos de aleluia. Durante a liturgia também é aceso o Círio Pascal que significa o Cristo "Alfa e ômega", Princípio e Fim".

Na Páscoa, conforme relembrou o religioso, é festejado a ressurreição de Jesus Cristo, que foi o fato mais extraordinário da história da humanidade. Em suas pregações, ele enfatizou que muitos cristãos ainda não entenderam a essência da Páscoa que significa vida nova, passagem da morte para a vida, e principalmente a libertação de todo que oprime a vida. “Celebrar a Páscoa é renascer com Cristo ressuscitado, é passar da morte para a vida, é vencer o pecado e a morte” explicou para Gesner Coube. Pelo calendário litúrgico da igreja católica, a Páscoa é celebrada quarenta dias após iniciar a travessia da Quaresma. A festa se inicia na Vigília Pascal, no sábado de Aleluia chegando ao cume neste domingo da Ressurreição. A pedra posta na entrada do sepulcro onde o corpo de Jesus foi colocado, desapareceu, tendo sido removida pela força divina.

De acordo com o bispo da Diocese de Campina Grande, dom Manoel Delson, “Ir para a Festa da Páscoa exige uma preparação, um entrar no clima, um sintonizar-se com o mistério de amor do Filho de Deus, que vai se desvelando”.

Voltando no tempo e na história, ele lembrou que os filhos de Israel conhecem o significado da celebração pascal. Esta recorda a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito, a travessia do mar vermelho a pé enxuto e a conquista da terra prometida. Esta passagem só foi possível graças à presença de Deus e a mediação de Moisés. Agora, todos querem tomar parte da Festa em Jerusalém e acolher a graça divina de uma vida abençoada e feliz.

Para o religioso, os cristãos redescobriram o sentido da Páscoa, entendendo-a como entrega amorosa do Filho de Deus para libertar a humanidade do jugo do pecado. Passagem da morte para a vida. “Preparar-se para este grande acontecimento exige entrar em clima quaresmal, de sentir o que Jesus sentia diante das tensões e pressões por parte dos doutores da lei e dos fariseus. Por um lado, Jesus queria oferecer-se como oblação viva de amor para salvação de todos os homens; por outro lado, sentia o seu coração dilacerar ao perceber a indiferença, justamente, daqueles que deviam ser salvos. A dor interior de Jesus foi imensa, mas Ele a transformou em oração viva ao Pai: “seja feita a tua vontade e não a minha”, lembrou

No entendimento de dom Manoel Delson, “subir para Jerusalém com Jesus significa aceitar passar por tensões e pressões que vão purificando o coração. Aqueles que vivenciam este clima de seguir Jesus para Jerusalém descobrem a riqueza do seu amor, a grandeza do seu gesto sacrifical de oferecer-se no altar da cruz e, de alguma forma, desejam participar do mesmo sacrifício e procuram ter as mesmas atitudes do Filho de Deus”.

Neste sentido, a quaresma é um tempo de crescimento espiritual no qual o discípulo se concentra na Palavra de Jesus e reconhece a própria pequenez, fragilidade e pecado. Ora, tal reconhecimento leva ao arrependimento sincero e, por ele, se abre um processo de conversão, de mudança de vida. “Ninguém pode caminhar com Jesus e permanecer igual. À medida que alguém caminha com Jesus, ouvindo sua Palavra iluminadora, deixando-se tocar por seus gestos cheios de ensinamentos, sua vida vai mudando, abrindo-se ao sentido maior da existência. Pisar no solo fértil da realização humana, seguindo Jesus Cristo, é tudo que o ser humano pode almejar de mais elevado e grandioso. Este percurso leva à Páscoa que acontece em Jerusalém, que é lugar da entrega, da imolação e do sacrifício. Para lá se vai com Jesus e com a comunidade dos seus discípulos” observou.

Para dom Manoel Delson, ainda hoje é possível visualizar o seu rastro indelével desenhado no chão da história humana, suas pegadas de ternura e acolhimento aos pequenos, pobres e enfermos; suas pegadas de amor puro diante de homens e mulheres sofredores; e suas pegadas de misericórdia diante das fraquezas dos pecadores. “Estes constituem o traçado do caminho que todos devem seguir para participar da Páscoa definitiva, na Jerusalém celeste, afirmou dom Manoel Delson Pedreira da Cruz.

Comungando com dom Delson, o arcebispo da Paraíba Dom Aldo Pagotto esclarece as diferenças entre a celebração da páscoa para os cristãos e os judeus. Para ambas as religiões existem uma simbologia e tradição que é acompanhada a várias gerações.

Dom Aldo explica que para os judeus a páscoa celebra a passagem do povo judeu pelo mar vermelho, quando saiu do Egito para terra da promessa Canãa, e destacou "os judeus conservam essa simbologia de fé e valores em família, um conjunto litúrgico riquíssimo que congraçam a cultura consanguínea. Uma festa nacional de grande valor, um ato cívico de celebração a vida e história", disse Dom Aldo.

Para religião cristã o sentido da páscoa é distinto do judeu. O significado da páscoa para os cristãos é a celebração da morte e ressureição de Jesus. O arcebispo fala que Jesus como judeu deu um novo significado a páscoa, quando se reúne com os discípulos para a celebração da última ceia.

Dom Aldo relatou que primeiramente Jesus lavou os pés dos seus discípulos em sinal de humildade, purificação e serviço. Consequentemente Jesus pede que bebam do cálice e comam do pão e que todos façam em memória dele até que ele venha. Símbolizando que Jesus deu a vida a todos os homens, o arcebispo ressaltou que "Jesus ao ressuscitar retoma a vida no espirito de Deus e doa a humanidade revitalização e amor".

O sentido da Páscoa - Na Páscoa os fieis revivem dois importantes momentos da história do povo de Deus, que foi a libertação dos Hebreus no Egito (eles viveram no cativeiro durante anos) e a Ressurreição de Cristo. No Antigo Testamento, a Páscoa era uma festa anual celebrada pelos Israelitas. Deus através de Moisés que libertou o povo na travessia do Mar Vermelho.

Embora o Natal seja uma data especial para os cristãos, pois marca o nascimento de Jesus Cristo, a Páscoa é a mais importante festa do cristianismo, conforme destacou o bispo. Para o padre Antônio Nelson, da paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Catolé, muitos católicos ainda não absorveram a mensagem libertadora da Páscoa, e acham que a festa se resume ao consumo de chocolate. Páscoa (do hebraico Pessach) significa passagem. É uma grande festa cristã para nós, é a maior e a mais importante festa. Reunimo-nos como povo de Deus para celebrarmos a Ressurreição de Jesus Cristo, Sua vitória sobre a morte e Sua passagem transformadora em nossa vida.

O Tempo Pascal compreende cinquenta dias a partir do domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes, vividos e celebrados com grande júbilo, como se fosse um só e único dia festivo, como um grande domingo. A Páscoa é o centro do Ano Litúrgico e de toda a vida da Igreja. Celebrá-la é celebrar a obra da redenção humana e da glorificação de Deus que Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a morte; e ressuscitando, renovou a nossa vida. “Foi com a intenção de celebrar a Páscoa de Cristo que, desde os primórdios do Cristianismo, os cristãos foram organizando esta bela festa. Mas a partir de muitas propagandas midiáticas e de muitos outros costumes da nossa sociedade, vemos, sem dúvidas, que essa bela intenção foi se perdendo” observou padre Nelson.

Para ele, a Páscoa é uma proposta libertadora, que desafia todas as práticas destruidoras da vida, que não levam em conta as coisas que são do alto. Ela exige despojamento do homem velho, isto é, de tudo aquilo que dificulta a condição de ser humano e cristão. O tempo é de vitória sobre todo tipo de opressão e tortura causadas pelo sistema econômico que cria submissão injusta. Sistema que ocasiona morte prematura de tantos sofredores e indefesos. Vitória do poder do bem sobre as forças modernas do mal.

Símbolos da Páscoa

O Círio Pascal: Representa o Cristo Ressuscitado, que deixou o túmulo, radioso e vitorioso. Na vela pascal ficam gravadas as letras Alfa e Ômega, significando que Deus é o princípio e o fim. Os algarismos do ano também ficam gravados no Círio Pascal. Nas casas cristãs é comum o uso da vela no centro da mesa no almoço de Páscoa.

O ovo, aparentemente morto, é o símbolo da Vida que surge repentinamente, destruindo as paredes externas e irrompendo com a vida. Simboliza a Ressurreição.

O Cordeiro: Na Páscoa da antiga Aliança, era sacrificado um cordeiro. No Novo Testamento, a vítima pascal é Jesus Cristo, chamado Cordeiro Pascal. O Coelho: Símbolo da rápida e múltipla fecundidade da Igreja, que está espalhada por toda a parte, reproduzindo fiéis: há um número incalculável de filhos de Deus, frutos da Graça da Ressurreição.

O Trigo e a Uva: Simbolizam o pão e o vinho da Santa Missa e, por seu grande significado com a Trindade Santa, traduzem, por excelência, o símbolo Pascal. Para a ornamentação da mesa de Páscoa, nada mais indicado que um centro feito com uvas e trigo, entre cestas de pães e jarras de vinho.

O peixe é o mais antigo dos símbolos de Cristo. Se Cristo é o Grande Peixe, somos os peixinhos de Cristo. Isso quer dizer que devemossempre viver mergulhados na Graça de Cristo e na Vida Divina,trazidas a nós pela água do batismo, momento em que nascemos espiritualmente, como os peixinhos nascem dentro d’água.

Severino Lopes 

PBAgora

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