Ora, se a capacidade inicial de produção de Goiana será de 250 mil carros/ano, e evidentemente ela não vai crescer entre 2015 e 2018, a Fiat responderá por apenas 20% do total. Será quase uma "convidada" (ou inquilina) na linha pernambucana. (Ao menos em tese, após a formação do grupo FCA a eventual troca de bandeira entre Fiat e Jeep em Goiana não tem implicações legais, já que o capital -- inclusive o emprestado pelo BNDES -- é o mesmo.)
Ao mesmo tempo, a capacidade produtiva de Betim (MG), sede da Fiat no Brasil, deve atingir pico de 950 mil carros/ano, partindo dos 800 mil que tinha como limite em 2011. Isso significa que, à exceção da picape média, todos os novos modelos da marca italiana a serem lançados no Brasil até 2018 -- a saber, um subcompacto para substituir o Mille e um crossover urbano compacto menor que o Renegade -- serão feitos em Minas, e não em Pernambuco.
O fim da produção do Mille e a citada ampliação da unidade de Betim já seriam suficientes para garantir espaço físico às linhas desses dois novos carros. E não custa lembrar que a principal missão delegada pela FCA à Fiat no Brasil foi a de segurar a liderança do mercado até 2018. Uma abordagem qualitativa, em vez de quantitativa.
JIPINHO FUNDAMENTAL A troca na titularidade da fábrica de Goiana mostra a importância do Renegade nos planos da FCA -- equivalente à nova importância da Jeep dentro do grupo. O utilitário deve chegar às lojas em abril de 2015, depois dos lançamentos na Europa e nos Estados Unidos (setembro e novembro, respectivamente) e de uma primeira exibição aos brasileiros no Salão do Automóvel de São Paulo (outubro).
Com preço inicial estimado em pouco menos de R$ 70 mil (versão 4x2) e a instigante possibilidade de ter uma versão 4x4 movida a diesel, o Renegade ficará com a maior fatia dos 250 mil carros/ano da nova fábrica. A aposta é que o brasileiro aceitará pagar um pouco mais por um SUV que tenha real capacidade off-road. A batalha mais importante será com o Ford EcoSport -- e basta checar os números para notar que o Renegade almeja nada menos que a liderança entre os utilitários leves no país.
UOL
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