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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

“O que temos de mais urgência a lutar é pela desoneração tributária, pois reflete muito nos investimentos e nas impostações”

Presidente da Federação das Indústrias da Paraíba faz um balanço do setor paraibano em um ano de pouco crescimento no Brasil  
Foto: divulgacao
O setor industrial tem puxado para baixo o crescimento do Brasil. Os baixos índices, no entanto, não tem desanimado o principal órgão do segmento no Estado, a Fiep – Federação das Indústrias da Paraíba. Neste final de ano, mais uma vez, a Fiep reuniu a imprensa paraibana para traçar as perspectivas e relatar como foram os últimos 12 meses em termos de realizações do órgão. 
Em conversa exclusiva com o Paraíba Total, o presidente da entidade Francisco de Assis Benevides Gadelha, mais conhecido como Buega Gadelha, detalhou avanços e desafios. “Realmente esse ano de 2014, como os três últimos anos, foi um ano muito exitoso para a Indústria da Paraíba, pois nós temos crescido nos últimos anos 12% no número de emprego e 18% na massa salarial”, afirmou.
Engenheiro civil, Buega foi eleito presidente do Conselho Deliberativo do Serviço de Apoio às Pequenas Empresas da Paraíba (Sebrae-PB), é também diretor Financeiro da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e está no seu quarto mandato presidindo a Fiep.
Abaixo, trechos da conversa.
Como está o cenário do setor industrial no nosso Estado?
Realmente esse ano de 2014, como os três últimos anos, foi um ano muito exitoso para a indústria da Paraíba, pois nós temos crescido nos últimos anos 12% no número de emprego e 18% na massa salarial. Este ano, confirmando essa tendência, de janeiro a outubro, no acumulado, nos já crescemos 18,7% na massa salarial no mesmo período no ano de 2013. O que demonstra que seguimos na mesma balada, no mesmo ritmo, então eu quero crer que o ano que vem será dessa mesma forma, pois já demonstra o mesmo sentido. Nós vemos que o vetor caminha para essa mesma direção de crescimento. Uma prova disso que estamos aumentando a nossa indústria na divisa da Paraíba com o Pernambuco, com polos cimenteiros gigantescos sendo instalados ali e que nos tornará o segundo produtor de cimento do país. Também tivemos um grande crescimento da indústria têxtil, que é um setor que tem a maior dificuldade de recuperação quando atravessa uma crise. Por sinal, nesse momento nosso setor têxtil vai muito bem, vem se ampliando com toda sua estrutura física e novos equipamentos moderníssimos. Então, temos essa expectativa de crescer ainda mais em 2015, por todo esse significado. 
Quais os maiores problemas brasileiros na área?
Problemas de crédito, burocráticos imensos. Temos uma tributação perversa que a gente sabe. Só a regulamentação do ICMS é maior que o código civil brasileiro. Então é uma coisa que não presta pois, para se dizer como se pagar um imposto, precisa de tanta explicação, que consome muitas horas. São necessários analistas sofisticados para entender o que é preciso recolher. Portanto, eu acredito que a reforma tributária, ela venha a ocorrer, pois o mundo todo faz assim e o Brasil não pode ficar de fora desse mundo. É algo que vai beneficiar também a nossa Paraíba, pois vamos aumentar cerca de 700 milhões na arrecadação da Receita do Estado. E isso oportuniza a chance de fomentar as micro e pequenas indústrias. Então o que temos de mais urgência a lutar é por essa desoneração tributária, pois reflete muito nos investimentos e nas impostações. De resto, acreditamos que nos investimentos no Brasil, apesar de todo o tumulto que foi esse ano, com Copa do Mundo, resquícios do mensalão e escândalo da Petrobras, o país cresce e acho que o salto era uma melhoria na administração, na governança das estatais para que não se sinta esses desvios que tanto prejudicam o movimento dessas empresas que contam com ações negociadas na bolsa e que precisam ter uma confiança de investidor, de expectador.  
Qual o perfil do industrial paraibano? Ele é audacioso, cauteloso?
O industrial paraibano ele é audacioso, sim. O problema é que a grande mídia vem sufocando o desejo dos investidores brasileiro como um todo. Os estrangeiros não sofrem essa pressão da grande mídia brasileira, que inclusive já fizeram conexões na Inglaterra com jornais ingleses para decapitar o Brasil. Mas o industrial paraibano tem demonstrado resistência a tudo isso porque não para de investir. A indústria alimentícia, a indústria têxtil como já falei, a mineração também está investindo muito, bem como a construção civil e o setor calçadista que tem crescido a passos largos. O industrial paraibano tem muita coragem de atravessar todo esse bombardeio da grande mídia que deseja instalar um caos no país.
O senhor citou os segmentos prósperos. Quais ainda estão estagnados e precisam alavancar no nosso Estado? 
Vejo a indústria gráfica como uma das que mais crescem, talvez porque seja um excelente ponto de distribuição, mas que seus impressos são muito pesados, se trata de escala grande, então tem se destacado diante das do país, tanto aqui como em Campina Grande a gente vê a industria gráfica tem crescido em função da  variedade das revistas especializadas. Já um pouco estagnado eu vejo o setor sucroalcooleiro, ele sofre pesadamente essa crise com a baixa do preço do açúcar e do álcool, realmente tem sido um setor muito sofrido no nosso estado. Mas, isso é a realidade em outros estados no momento, com muitas indústrias de álcool e açúcar fechadas. Portanto, é sem dúvida o setor mais prejudicado, penalizado no momento.
Com relação à criação de novas vagas na indústria. Qual a sua comparação com relação ao mesmo período do ano anterior aqui no Estado?
Aumentou significativamente. É tanto que temos visto nas publicações da imprensa que a Paraíba foi o terceiro em crescimento em número de empregos, com ênfase também para a indústria manufatureira.
Como estão as parcerias entre o Governo do Estado, Sebrae e Fiep, para projetos de qualificação do setor. Como o senhor vê essa a necessidade dessa iniciativa?
Eu diria o seguinte: em 2011, nós tínhamos 31 mil matriculamos em formação profissional no nosso Senai e no final desse ano nós estamos chegando a 107 mil matriculas. Então é um crescimento exponencial. E agente também triplicou a área do Senai e também o número de equipamentos nessa proporção. Entre 2014 e 2015 nós vamos chegar a R$ 50 milhões em investimentos só na estrutura física para a formação profissional. Estamos construindo, concluindo a escola de Sousa, fizemos a escola de Santa Rita, e também iniciando a escola de Caaporã e a maior parte desse investimento n é instituto Senai de tecnologia têxtil, em João Pessoa, no Odilon Ribeiro Coutinho. O estado inclusive nos cedeu o Cetrin parceria de grande importância, onde nos estamos fazendo a escola de confecções.
Quais são as perspectivas para 2015?
Eu queria destacar o crescimento dos institutos Senai de tecnologia e pesquisa. Temos instituto Senai em tecnologia de calçados, instituto Senai em automação industrial e instituto Senai em tecnologia têxtil. E coroando tudo isso, nós estamos criando as faculdades Senai, que já deve ter inscrições para vestibular já agora em fevereiro com na área de  automação aqui em João Pessoa. A primeira faculdade Senai, que depois iremos espalha-la pelo estado, inclusive com a previa autorização do MEC. Vamos ser um pouco diferente pois quando observarmos que o determinado setor a demanda já está  satisfeita, nós vamos partindo para outros setores ainda não demandados.

Redação Paraíba Total
Adaucélia Palitot

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